27/02 – O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração.

27/02 – O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração.

Domingo, 27 de fevereiro de 2022.

 

Evangelho (Lc 6,39-45)

 

“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração”

 

Naquele tempo, 39Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. 41Por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? 42Como podes dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. 43Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. 44Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas. 45O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”.

 

Reflexão

 

Quem é o cego do evangelho? Aquele que não vê. Em relação aos olhos do corpo, graças a Deus são poucos os que não veem. Mas no sentido metafórico, somos todos cegos. Estamos muitas vezes diante de um mistério que não compreendemos. Na religião, esta constatação é fundamento de fé. Mas também na vida cotidiana o homem prudente é consciente que não sabe tudo. Sócrates já dizia: “Só sei que nada sei”. Por isto vamos pedir conselhos aos médicos e aos especialistas, a fim de que nos ensinem e nos guiem no caminho que nós não conhecemos. É prazeroso deixar-se guiar por um outro? Descobrimos dentro de nós duas tendências opostas. De uma parte desejamos ser o quanto possível independentes: também uma criança, se se deseja ajuda-la, muitas vezes grita: “Eu sozinho”. De outra parte, sabemos que é prudente aproveitar da experiência dos outros e deixar-se guiar e instruir pelos expertos. Hoje, dizem, se considera mais útil quando cada um descobre por si, também com os erros, qual estrada é justa para continuar. As duas tendências têm vantagens e desvantagens. Certamente nos dá uma grande satisfação saber que somos independentes e não precisamos do outro. Mas também é prazeroso saber-se dependente de alguém que te presta um serviço com amor. Os alemães têm um ditado que diz: “Ou será martelo ou bigorna”, se imponha você aos outros e não deixes que os outros se imponham para você. Mas o problema é: Tudo o que me vem de fora me é sempre estranho? A obediência espiritual que nos ensina a Igreja é: devemos nos submeter somente lá onde sentimos a voz de Deus que acorda a nossa própria voz. Quem tem plena confiança no outro não duvida. Uma confiança assim é a que exigia Jesus de todos aqueles que vinham até Ele à procura de milagres. Era aquela que pediu ao cego de Jericó: “Vai, a tua fé te salvou!” (Mc 10,52). Logo conseguiu ver e seguiu Jesus. Uma tal confiança cega, que logo ilumina e alarga a visão nós só podemos tê-la em relação a Deus. Só Deus nos guia infalivelmente. Os homens não creem um no outro porque não creem em Deus. Uma plena confiança no outro só pode haver aquele que tem plena confiança na providência divina. Sem ela não poderemos jamais ter confiança no outro.

 

Pe. Paulo Eduardo Jácomo, sdb.

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