11/04 – Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna.

Quinta-feira, 11 de abril de 2024.

Evangelho (Jo 3,31-36)

“Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna”

³¹“Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. ³²Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. ³³Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. ³⁴De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. ³⁵O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. ³⁶Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”.

Reflexão

Aquilo que parece ser complicado no Evangelho de hoje, na realidade não o é, porque Jesus está procurando estabelecer qual é o ponto de vista privilegiado, superior, em detrimento de outros. A superioridade de Jesus não é em relação aos homens, é a superioridade de quem está no alto, ou seja, de quem vem do céu e viu as coisas pelo que elas são realmente, ou seja, na essência. É impressionante pensar que Jesus do alto da Cruz vê melhor do que aqueles que estão embaixo. Quem sofre entende a vida de maneira mais profunda. Quem é crucificado sobre uma Cruz olha a realidade como Deus a vê do céu, mas só na condição de que aquela cruz seja uma experiência de santificação e não de desespero. Se pode ser crucificado e estar sob a terra e se pode ser crucificado e estar no alto. Jesus nos deu uma posição nova para as nossas cruzes. O calvário estava no alto, não num buraco. Sei que é difícil aceitar, mas a superioridade da qual fala Jesus, se pode obter não dominando, mas carregando a própria Cruz até os nossos Calvários. Crer no Filho significa segui-lo até ao alto. No fim das contas Ele já nos havia dito: “quem me ama me segue”. Neste seguir se joga todo o nosso “crer”. Antes, se joga tudo. Neste sentido, agora a fé é uma mudança de prospectiva, mas esta não vem das ideias, mas daquilo que acontece. É a vida mesma que muitas vezes nos chama à conversão, isto é, nos chama a inverter o nosso modo de ver as coisas. Mas nesta inversão muitas vezes aprendemos a ler também uma beleza que por muito tempo ficou escondida na nossa vida, e que em um tombo que nos aconteceu, de um momento para outro se tornou evidente, assim clara, assim angustiante. Nos olhos de quem sofre muitas vezes existem coisas de tamanha beleza, ou de tamanha desesperação. Destes olhos se entende em que lugar foi plantada a sua cruz. Um cristão sabe bem que quanto mais sobe e mais deve descer na realidade, como Cristo que “se fez obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2,8).

Pe. Paulo Eduardo Jácomo, SDB.