08/01 – Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo.
Segunda-feira, 08 de janeiro de 2024.
Evangelho (Mc 1,7-11)
“Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”
Naquele tempo, 7João pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. 9Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão. 10E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. 11E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.
Reflexão
João Batista é o chamado “Precursor”, ou seja, aquele que abre a estrada, o guia. Na natureza acontece um fenômeno contrário, o crepúsculo da manhã que precede o nascer do sol, não é a luz principal, mas o preambulo do esplendor solar, o seu primeiro sinal. Assim podemos entender a diferença do termo “guia” no sentido profano e no sentido espiritual. Assim, o fundador de uma Associação é aquele que teve a inspiração e a começou. O mestre é aquele que sabe a matéria melhor do que aquele a quem a ensina. Também a Igreja guia e ensina, forma comunidade e organizações. Os grandes padres espirituais da história do cristianismo, jamais esqueceram em suas vidas que a sua missão era ensinar às pessoas os primeiros passos; o resto, certamente seria feito pela graça de Deus. Tirar as sandálias, lavar os pés é sinal de humildade, mas expressa também um gesto antigo de se colocar de joelhos: o homem se faz pequeno para reconhecer que o outro é maior. Muita humildade diante dos outros é sinal de fraqueza ou de hipocrisia. O cristão é consciente da própria dignidade de filho de Deus e se humilha realmente somente diante dEle. Nos tornamos verdadeiramente humildes diante dos homens, quando neles conseguimos ver o próprio Deus. Esta é a humildade que “abaixando-se”, se torna grande. Como batismo o cristão renasce da água e do Espirito. Dois elementos que estão unidos, e aí está a força dos sacramentos. Lavar é o símbolo do esforço de purificar a alma. Mas a água não penetraria no coração se não estivesse unida à força da graça de Deus que nos lava interiormente. São João Batizava, isto simbolicamente lavava os homens, que reconheciam a necessidade de serem puros diante de Deus. Quando Cristo envia os discípulos em todo o mundo para batizar, promete que estaria sempre com eles e enviaria o Espirito, que daria ao batismo realizados por eles uma força particular, sacramental. O mesmo acontece nos outros sacramentos, e num certo sentido em todas as nossas obras. O provérbio diz: “O médico cura, mas Deus sara”. Simbolicamente tudo aquilo que fazemos é uma cura médica. Desejamos nos manter vivos, melhorar a nossa condição, chegar com saúde na velhice. No curamos, mas nos tornaremos realmente sãos com o auxílio de Deus, que ajuda quem se ajuda.
Pe. Paulo Eduardo Jácomo, sdb.