15/04 – Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.
Sexta-feira, 15 de abril de 2022.
Evangelho (Jo 18,1-19,42)
“Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”
Evangelho da paixão de Jesus.
Reflexão
Se formos a uma loja de objetos religiosos para comprar uma cruz, verificaremos uma diversidade de modelos que apresentam o Cristo sofredor ou o Cristo glorificado. Mas porque tantas imagens diferentes explicando uma mesma coisa? A resposta é fácil. A cruz é um profundo mistério da revelação de Cristo. Os artistas e os teólogos sabem muito bem interpretar isso. Nos primeiros tempos cristãos, a cruz era considerada segundo o seu valor na história da humanidade. Segundo um ponto de vista, a cruz é o sinal da redenção, da vitória sobre o mal e sobre a morte. É, portanto, sinal do triunfo. Cristo nos libertou da eficácia dos instrumentos de morte com o dom da ressurreição, da vida eterna. Sobre as igrejas se colocam cruzes douradas e sobre os túmulos a cruz é como a promessa da vida eterna. Este significado é justo, mas existe outro significado que pode passar despercebido, o significado psicológico, isto é, a experiência da cruz na nossa vida. A cruz é dourada, mas ao preço do sofrimento. Assim foi na vida de Jesus e assim a experimentamos também nós. Por este motivo na arte cristã começaram a aparecer novos tipos de cruzes, sobretudo na idade média. Cristo nos é apresentado como um homem imensamente sofredor. Sobre a influência das devoções francesas na Terra Santa, se multiplicavam as Vias Sacras, se veneravam relíquias da paixão de Cristo, da coroa de espinhos, etc. Este é, portanto, um outro aspecto do mistério. Mas isso também é parcial. É muito difícil experimentar o que estava no coração de Cristo. Penetrar o mistério da cruz é um grande desafio. Ficamos admirados pelo incompreensível mistério de um Deus que entra no mundo também através da cruz: com a morte destruiu a morte e cruz, sinal de opróbio, se torna sinal de glória e de vitória.
Pe. Paulo Eduardo Jácomo, sdb.