09/06 – Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos céus
Quarta-feira, 9 de junho de 2021.
Evangelho (Mt 5,17-19)
“Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos céus”
Naquele tempo; disse Jesus aos seus discípulos: 17”Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus”.
Reflexão
Não consigo imaginar o que mais Jesus poderia dizer para nos corrigir do erro que cometemos ao usar a palavra “amor” para justificar certos atos que cometemos. O amor de Cristo não tem nada de vulgarismo, mas um profundo e extraordinário sentimento capaz de estruturar escolhas, decisões e, por fim, os sacrifícios. Alguém que pensa que o amor é fazer o que se bem entende, não sabe que “não tem amor maior quem dá a vida pelos amigos”. E, para dar a vida, precisa ter uma boa disciplina, como um atleta que dedica horas e horas de treinos e regras bem precisas para render ao máximo. Um amor sem regras é destinado ao fim. Uma fé sem regras é destinada à desilusão. Uma pessoa se torna “grande” quando tem a capacidade de fazer das regras um tesouro sem se tornar delas escrava. Uma pessoa se torna “grande” quando compreende a eficácia da fadiga sem avaliá-la em si mesma. Uma pessoa é “grande” quando não escolhe atalhos, mas, lealmente, faz tudo aquilo que é possível fazer para alcançar um objetivo.
Jesus não veio ao mundo para distribuir conselhos sobre o nosso estilo de vida ou presentear-nos com frases de efeito. A Sua vinda ao mundo tem o objetivo de mostrar-nos que uma vida não pode ser vivida sem sacrifício, mas com muito sacrifício. E o próprio Cristo pagou o preço do sacrifício, mostrando-nos uma estrada, um motivo, um cumprimento; ali onde nós experimentamos só limites, quedas, derrotas. Não nos livramos de um problema evitando-o, fugindo dele, mas resolvendo-o, tomando-o como coisa séria, afrontando-o. A Lei e os Profetas podem representar também um obstáculo na nossa vida porque nos fazem tocar os nossos próprios limites. Mas, Cristo nos libertou do medo de olhar de frente, cara a cara, os nossos limites. Neste sentido, Ele enfrenta, não foge. Somente, assim, salvaremos a palavra amor, livrando-a daquela compreensão banal com a qual a utilizamos no nosso costumeiro linguajar.
Pe. Paulo Eduardo Jácomo, sdb.