27/11 – Portanto, ficai atentos e orai a todo momento.
Sábado, 27 de novembro de 2021.
Evangelho (Lc 21, 34-36)
“Portanto, ficai atentos e orai a todo momento”
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 34“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra.36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem”.
Reflexão
Não é estranho pensar como este Evangelho pode nos causar um certo pavor, pois quando falamos de fim pensamos logo na morte. Mas e se a palavra fim não estivesse ligada não simplesmente a morte ou ao fim do mundo, mas ao fim de um momento que estamos vivendo? Poderíamos reformular o texto deste Evangelho dizendo: cuidado para não ficar com o coração apertado ou viver superficialmente a vida, porque quando menos você esperar, você estará diante de um matrimônio falido ou diante de filhos que te odeiam. O que pode dizer de terrificante um Evangelho assim? Está somente dizendo a verdade nua e crua. Certas vezes a vida nos reserva situações que chegam de improviso, mas só como resultado de uma vida vivida estrangulada. Se isto é verdadeiro para o matrimonio, ou para uma amizade, isto é verdadeiro também na nossa relação com Deus e na nossa relação com o fim de toda a história. Se você vigiou no viver uma vida plena, agora não tenha medo do teu fim, porque você não se surpreenderá, ou seja, você não será pego desprevenido, simplesmente acontecerá, não como uma destruição, mas como um cumprimento de uma missão, porque o Senhor te ensinou que o fim de qualquer acontecimento é sempre mesclado com o início de algo novo. Para o cristão o fim nunca é o fim. Mas o fim se torna um argumento sério quando a mudança nos encontra despreparado. A vigilância a qual nos chama o Evangelho não é viver na defensiva, como se tivesse sempre que acontecer algo de ruim. Mas a vigilância é: não perder nenhum fragmento da vida porque é preciosa, única e irrepetível e a sua unicidade, irreptibilidade é originada do fato de que poderia ser o último. Mas é a memória da vida eterna que dá valor ao que termina. Vamos ao encontro do fim porque sabemos que existe uma vida, não um nada.
Pe. Paulo Eduardo Jácomo, sdb.