06/04 – Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos.

06/04 – Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos.

Quarta-feira, 06 de abril de 2022.

 

Evangelho (Jo 8,31-42)

 

“Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos”

 

Naquele tempo, 31Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: ‘Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, 32e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.’ 33Responderam eles: ‘Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘Vós vos tornareis livres’?’ 34Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. 35O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. 36Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. 37Bem sei que sois descendentes de Abraão, no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós. 38Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai.’ 39Eles responderam então: ‘O nosso pai é Abraão.’ Disse-lhes Jesus: ‘Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! 40Mas agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez. 41Vós fazeis as obras do vosso pai.’ Disseram-lhe, então: ‘Nós não nascemos do adultério, temos um só pai: Deus.’ 42Respondeu-lhes Jesus: ‘Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou.

 

Reflexão

 

Liberdade, o que realmente nos faz livres? Ou melhor dizendo, o que significa agir livremente? Muitos de nós combatemos pela liberdade. Dostoevskij escreveu: o homem combate sempre pela liberdade, e logo depois descobre-se escravo. Como isso é possível? O filósofo Aristóteles define como livre um ato que não tem outra causa se não ele mesmo. É um ato que ninguém nos impõem, ao qual ninguém te obriga. Mas é um ato bom, segundo a natureza. O pecado ao invés, é contra a natureza, portanto, também contra a liberdade. Começa com um pensamento ruim, com uma inclinação perversa que, se observamos bem, não vem de nós mesmos. O pensamento ruim vem de fora, nós nos colocamos o desejo de realizá-lo. Talvez tentemos até resistir, depois consentimos, e nos iludimos de haver agido livremente. Na realidade, cedendo a uma pressão, nos tornamos escravos. O evangelho nos diz que a verdade nos fará livres. Ninguém admite de ter cedido aos cativos impulsos. Quando realizou aquilo que o pensamento ruim lhe sugeriu, depois procura um jeito de justificar-se. Se por exemplo perdemos a paciência e agredimos alguém, dificilmente admitimos de não termos sido capazes de nos controlar. Nos justificamos dizendo de ter agido por amor a justiça: também Cristo se enraiveceu e expulsou os vendilhões do Templo. Mesmo não dizendo a verdade sobre si mesmo, o homem se coloca a citar as Escrituras. Segundo os autores, é um perigoso engano espiritual. A vida construída sobre ilusões é como a casa sobre a areia, que cai diante das primeiras dificuldades. Os livros espirituais nos dizem de pedir conselhos ao diretor espiritual para vermos onde estamos nos enganando. Mas não será fácil que o diretor espiritual seja explícito em mostrar o nosso erro; procurará antes dizer qualquer palavra que possa colocar a pessoa no caminho justo para chegar a entender sozinho. Sabemos que reconhecer o erro é o primeiro passo para corrigir-se. Mas a consciência, sozinha, não é capaz de vencer a escravidão do pecado. O bem é segundo a lei da natureza e segundo aquela de Deus. Mas o pecado nos impôs uma tendência que se repete com tamanha frequência que quase parece criar uma lei. São Paulo fala da “lei do pecado” que habita na sua carne e que combate contra a lei do espírito. No capítulo 7 da carta aos Romanos ele descreve esta luta de modo sugestivo: “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim… Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! São Paulo viveu com a própria experiência aquilo que Cristo promete a todos, que fará de nós homens verdadeiramente livres.

Pe. Paulo Eduardo Jácomo, sdb.

    Cadastre-se para receber todos os artigos por e-mail



    Veja também

    27 de abril de 2021 Histórias para alma
    Quem não reza?

      QUEM NÃO REZA?   Um camponês, durante um dia de mercado, parou para almoçar em um restaurante lotado, onde costumeiramente também faziam refeições a…

    Continuar lendo
    19/01 – Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar…
    18 de dezembro de 2023 Reflexão do Evangelho
    19/01 – Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar…

    Sexta-feira, 19 de janeiro de 2024. Evangelho (Mc 3,13-19) “Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar…” Naquele tempo,…

    Continuar lendo
    17/03 – Qual o primeiro de todos os mandamentos?
    14 de março de 2023 Reflexão do Evangelho
    17/03 – Qual o primeiro de todos os mandamentos?

    Sexta-feira, 17 de março de 2023.   Evangelho (Mc 12,28-34)   “Qual o primeiro de todos os mandamentos?”   Naquele tempo, 28bum mestre da Lei…

    Continuar lendo