01/06 – Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade.

Quarta-feira, 01 de junho de 2022.

Evangelho (Jo 17,11-19)

“Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade.”

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos para o céu e rezou, dizendo: ^11b“Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. ¹²Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu os guardei e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura. ¹³Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. ¹⁴Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. ¹⁵Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. ¹⁶Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. ¹⁷Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. ¹⁸Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. ¹⁹Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”.

Reflexão

“Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um… Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo”. Jesus tem plena consciência de que nós jogamos na história como protagonistas e não como peões. Com a encarnação, Ele se colocou em campo, mas depois dos eventos da paixão, morte e ressurreição, Ele desceu novamente do campo do espaço e do tempo, e deixou cada um de nós como Seu prolongamento na história. E justamente porque estamos ainda no coração da partida, temos necessidade de sermos protegidos. E o que é que nos protege?  Sermos uma coisa só, assim como Ele é uma coisa só com o Pai. É este o motivo pelo qual nos dirigimos ao mal chamando-o de diabo. A palavra diabo significa “aquele que divide”. É quando somos divididos que nos tornamos fracos e perdidos. Neste sentido a obra do mal é sempre esta de nos dar motivos para dividirmo-nos, para nos contrapormos, para nos colocarmos uns contra os outros. Aquilo que nos salva é justamente encontrarmos a unidade. Uma família unida é uma família mais forte. Uma família dividida gera somente outros problemas. Dois amigos unidos são dois amigos fortes, dois amigos divididos são dois potenciais inimigos. Uma Igreja unida é uma Igreja forte, uma Igreja dividida é o maior contratestemunho que podemos dar ao mundo. Mas precisaríamos dizer que talvez devêssemos encontrar uma maneira de fugir da história, para encontrar um lugar onde escondermo-nos à espera de que tudo termine, mas também esta é uma tentação. Um cristão não se coloca jamais fora do jogo. É Jesus quem pede por nós: “Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno”. O Senhor não nos tira fora das dinâmicas da história, nos dá somente a possibilidade de atravessá-la consagrados na verdade. E isto significa que somos chamados a estar na história mostrando uma lógica completamente diferente. Entender no que consiste esta “diversidade” cristã e aprender a vive-la com humildade, sem covardia ou fanatismo, é o verdadeiro empenho de hoje.

Pe. Paulo Eduardo Jácomo, sdb.