06/07 – Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?

06/07 – Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?

Sábado, 06 de julho de 2024.

 

Evangelho (Mt 9,14-17)

 

“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?”

 

Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão. 16Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. 17Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”.

 

Reflexão

 

A maior parte das religiões têm seus períodos e seus estilos de jejum, alguns até muito severos. Penso que muitos de nós já ouvimos falar do mês do Ramadan praticado pelos mulçumanos. As prescrições são muito antigas, e hoje se torna até difícil encontrar os motivos pelos quais foi instituído o jejum. Parece que o primeiro motivo foi a tristeza, a dor da vida que passa. Em algumas regiões da Itália meridional ainda hoje, quando em família morre alguém, não se cozinha nada. Simbolicamente, é como dizer: agora que esta pessoa cara não existe mais, a vida perde o significado. Mas no fim não é sempre definitiva: o adeus à vida precedente pode ser início de uma vida nova, e por isso as esposas se preparavam ao matrimônio com o jejum. Jejuavam os profetas antes de iniciar a sua missão. Jejuou São João Batista com os seus discípulos porque esperavam a vinda do reino de Deus. Por isto jejuam os cristãos, para preparar-se para a alegria da Páscoa ou antes de receber grandes dons de Deus. Os autores antigos diziam: recebemos de Deus a graça porque a suplicamos, mas a nossa oração deve ser pura. O jejum e a esmola nos purificam para poder dizer mais sinceramente o Pai Nosso. A oração vem definida como elevação da mente a Deus, portanto, é um ato sobretudo interior. Os autores se perguntam em qual maneira positiva possa participar também o corpo. Como com os homens, também com Deus o homem deve relacionar-se com todo o seu ser. O corpo é assim intimamente unido à alma, que a sua disposição age sobre a concentração interior. E depois exprimimos simbolicamente com os gestos aquilo que sentimos e pensamos. O objetivo da oração é submeter livremente a alma a Deus; com o jejum esta manifestação de liberdade penetra também no corpo. Quem por amor a Deus renuncia ao alimento, ao cigarro a qualquer outra coisa, é como se dissesse que para ele o amor de Deus tem um valor superior aos seus instintos: isto é reza com o corpo. A matéria não livre, está submetida às leis naturais, às necessidades. O corpo que jejua demonstra estar espiritualizado, que a liberdade convolve o instinto natural, e o corpo se torna órgão do coração para manifestar o amor.

Pe. Paulo Eduardo Jácomo, SDB. 

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