15/08 – Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

15/08 – Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Quinta-feira, 15 de agosto de 2024.

 

Evangelho (Mt 18,21-19,1)

 

“Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”

 

Naquele tempo, 18,21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias, tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. 19,1Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão.

 

Reflexão

 

A pergunta de Pedro parece já haver uma resposta, mas Jesus sabe desembaraçar uma resposta evidente. Para nós, não basta saber que Jesus nos diz que devemos perdoar infinitamente, o problema é a sensação que temos de não controlar as sensações do perdão dado. Existem situações que nós desejamos perdoar, mas a dor, a raiva que nós sentimos parecem mais fortes do que a nossa vontade e o nosso desejo de perdoar. Perdoar significa parar de sentir dor e sofrimento pelo mal recebido? Aquilo que diz respeito ao nosso sentimento não diz respeito à nossa vontade. Não podemos comandar a nós mesmos no sentir ou não sentir alguma coisa. A raiva, como o rancor, o amor e a alegria, não são coisas que podemos controlar. São coisas que acontecem e que não podemos controlar. Mas a nossa vontade pode decidir sobre o que fazer ou não fazer com a raiva, com a dor, com o amor e com a alegria que sentimos. Perdoar significa não deixar que a raiva e o sofrimento decidam no nosso lugar. Perdoar é desobedecer a dor que clama vingança. Precisa raciocinar como uma criança que chora porque alguém a empurrou, aquilo que o acalma é ser tomado nos braços da mãe, e é à mãe que ele conta o que aconteceu e pede justiça. Nós seremos capazes de perdoar somente se nos deixarmos tomar pelos braços do amor de Deus. Só Deus pode fazer justiça, e pode fazê-lo de um modo inesperado e que não tem nada a haver com a lógica do mal.

Pe. Paulo Eduardo Jácomo, SDB. 

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